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segunda-feira, 9 de maio de 2016

O CÂNTICO DA TERRA

clubedobeco.blogspot.com

Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.
Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranquila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.
Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.
E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranquilo dormirás.
Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.

Cora Coralina )

3 comentários:

  1. Que lindo poema, bela escolha, Cora Coralina, sensibilidade ímpar!
    A bela imagem fala por si, amei ler!
    Abraços apertados!

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  2. Meu querido amigo prof. Cantu, ontem encerrei o dia com Cora Coralina, hoje tenho a graça de começar o dia...somos filho da terra, somos a terra, quando tomarmos de verdade esta consciência, tudo fará sentido. Bela postagem.
    ps. Carinho respeito e abraço.

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  3. Uma linda poesia plena de sensibilidade de Cora Coralina.
    Um abraço.

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